Opções de casas para pessoas vegetarianas em Belo Horizonte ainda são poucas; mas boas
Belo Horizonte conta com alguns dos melhores restaurantes estrelados do país, atrás apenas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF). Há excelentes casas espalhadas pela cidade, que atendem aos mais exigentes clientes e seus gostos variados, seja na cozinha regional, baiana, iraniana, italiana, francesa ou contemporânea. Contudo, nessa miscelânea de sabores, ainda há pouco espaço para a cozinha vegetariana, mesmo com a crescente procura do público. “A comida mineira é muito rica em produtos de origem animal, desde o pão de queijo até o frango com ora-pro-nóbis e não é fácil mudar essa tradição”, justifica a nutricionista Mariana Braga Neves, orientadora de dietas vegetarianas da clínica Nutrício. Não dá para negar: BH está um pouco atrasada na tendência do vegetarianismo. Além de não haver muitas casas especializadas, boa parte dos restaurantes ainda coloca a carne como o centro do cardápio.
Mas, pouco a pouco, isso vem mudando, já que diversos mineiros apostam na dieta sem carne para melhorar a qualidade de vida ou por questões éticas e ambientais. Buscando auxiliá-los na tarefa de encontrar boas opções vegetarianas, a reportagem de Viver Brasil percorreu alguns restaurantes da zona sul de BH, cada um com uma proposta e públicos diferentes. Quem acha que encontramos apenas folhas pelo caminho está muito enganado: a cozinha vegetariana de qualidade é diversificada e criativa. E indiscutivelmente mais saudável. “Estudos ligam o vegetarianismo à prevenção de doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer e doenças crônicas generativas”, lista Mariana. A gordura poli-insaturada dos alimentos naturais também é indicada para o coração, garantindo bons níveis de colesterol e triglicérides. Sem falar na sensação de bem-estar e leveza ao comer um prato vegetariano, bem diferente do que se sente ao sair de um rodízio de churrascaria.
Muita gente acredita que a dieta vegetariana tem carências nutricionais, como o ferro e o zinco, teoricamente supridos pela carne. Puro mito. “Todos os aminoácidos essenciais existem nos alimentos de origem vegetal”, afirma o médico nutrólogo Eric Slywitch, autor do livro Virei Vegetariano, e Agora (Editora Alaúde). No caso do ferro e do zinco, dá para fazer várias trocas. “Basta consumir mais feijão, grão-de-bico, ervilha, lentilha, frutas oleaginosas e folhas verde-escuras e potencializar sua absorção com boas fontes de vitamina C, como acerola, goiaba, laranja e limão.” Outros nutrientes também podem ser perfeitamente substituídos. “A carência de ômega-3, presente no peixe, resolve-se facilmente com óleo ou semente de linhaça”, exemplifica Mariana Braga.
Mais do que uma dieta, o vegetarianismo pode ser uma filosofia de vida, quando se pensa no respeito aos animais e ao meio ambiente. “É o passo mais importante para garantirmos a sustentabilidade da vida no planeta. Ao dizermos não ao consumo de carne, economizaríamos, individualmente, 5 milhões de litros de água e salvaríamos 5 mil metros quadrados de árvores por ano”, argumenta Alexandra Soares, representante da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) em Belo Horizonte. Um bom começo é o projeto Segunda Sem Carne, que em breve deve chegar por aqui: basta, uma vez por semana, retirar a carne do cardápio. Essa tarefa pode até ser um pouco difícil, mas, com certeza, será bastante saborosa.
Mais do que uma dieta, o vegetarianismo pode ser uma filosofia de vida, quando se pensa no respeito aos animais e ao meio ambiente. “É o passo mais importante para garantirmos a sustentabilidade da vida no planeta. Ao dizermos não ao consumo de carne, economizaríamos, individualmente, 5 milhões de litros de água e salvaríamos 5 mil metros quadrados de árvores por ano”, argumenta Alexandra Soares, representante da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) em Belo Horizonte. Um bom começo é o projeto Segunda Sem Carne, que em breve deve chegar por aqui: basta, uma vez por semana, retirar a carne do cardápio. Essa tarefa pode até ser um pouco difícil, mas, com certeza, será bastante saborosa.
SaúdeEstudos demonstram redução de diversas doenças nos vegetarianos, comparados àqueles que comem carne. Confira:
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Endereços:
AlegriaInaugurado em março de 2010, o restaurante Alegria, no Santo Antônio, é a prova de que a cozinha vegetariana não é indissociada da gastronomia. “Nosso objetivo é quebrar a ideia de que a comida vegetariana não tem sabor”, diz a sócia-proprietária Diana Gomide. Alguns pratos do cardápio à la carte falam por si só, como a panqueca tailandesa com arroz de jasmim ao molho picante e o risoto negro com legumes, cogumelos e parmesão. Há ainda o menu de lanches, que levam ingredientes como hambúrguer de soja e pasta de tofu (queijo de soja). Na lista de sobremesas, o estaque fica para o brigadeiro vegano, com leite de soja, servido com frutas da estação. Para beber, sucos exóticos, como o de inhame com limão e trigo germinado ou laranja com hortelã, gengibre e couve. A casa também oferece cervejas importadas e artesanais, com aditivos como mandioca e mel, e caipis especiais, como figo com mel e tangerina com cravos. Os preços das opções ovolactovegetarianas vão de R$ 16 a R$ 34.
Rua Congonhas, 510, Santo Antônio
Terça a quinta, das 18h à 0h
Sexta e sábado, de 12h à 0h
Domingo, de 12h às 15h30
Reportagem da Revista Viver de abril de 2011:
http://www.revistaviverbrasil.com.br/65/materias/01/qualidade-de-vida/carne-so-de-soja/
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